quinta-feira, 30 de maio de 2013

DEPOIMENTO SOBRE LEITURA E ESCRITA


Quando eu tinha uns seis anos ou sete, minha irmã do meio tornou-se sócia do Círculo do Livro. O catálogo chegava a minha casa de três em três meses e eu o folheava, fascinada com as páginas e a capa coloridas mostradas e também lia a sinopse para conferir se iria ou não gostar da história. Nas primeiras escolhas eu me norteava mais pelas ilustrações, depois tomei gosto pela leitura e queria mesmo era ter e ler todos.
Um dos primeiros que li foi “Alice no país das maravilhas”, eu me sentia um pouco como ela quando lia sobre terras distantes, estranhas, mas absolutamente maravilhosas. Li “Marcelo, Marmelo, Martelo” da Ruth Rocha, “A árvore dos desejos” de William Faulkner. O primeiro livro de muitas páginas que escolhi, ainda o tenho e a dedicatória de minha irmã está datada de 09/05/81, eu tinha 10 anos, era “Sandra na terra do antes” de Fausto Wolff, conta a história de um bebê que não falava com os humanos, mas falava com os animaizinhos, as plantas, até que ela cresceu, começou a entender os humanos e não se lembrava mais dos bichinhos e plantas com quem conversava.
Ainda pequena, certo dia, a minha irmã mais velha trouxe “Os três mosqueteiros” para mim, algum amigo dela já não queria mais o livro e ela lembrou-se da irmãzinha ávida por leitura.
A partir do primeiro, muitos se seguiram, cheguei a disputar quem lia mais com uma amiga, quando resolvemos ler toda a coleção “Vaga-lume” da Editora Ática. Muitos da minha geração também leram “O mistério do cinco estrelas”, “Um cadáver ouve rádio” de Marcos Rey e muitos, muitos outros. Desses livros vem o meu prazer em ler romance policial, com certeza.
Fiquei maravilhada com o depoimento da Danuza Leão (Jornalista e escritora para o site da Livraria Cultura em 2004) e do Newton Mesquita (Pintor, também em depoimento para o site da Livraria Cultura em 2004), pois eles têm muita coisa em comum comigo, a Danuza lê qualquer coisa que caia em suas mãos “...desde bula de remédio a dicionário...”, eu sou assim. O Newton foi criado muito sozinho e se divertia mesmo era com suas leituras; fui criada numa família de seis filhos, em que minha irmã mais velha tinha 22 anos quando nasci e o mais novo tinha 11. Consequência disso, vivia no meio de adultos que me incentivaram muito a leitura.
Eu brincava de bonecas, vivia inventando histórias com elas, mesmo quando jogava bola sozinha no quintal, inventava famílias inteiras que conviviam comigo, no meu imaginário.


Essa criatividade, inventividade toda veio do universo dos livros no qual desde cedo me embrenhei e me levou a escrever minhas próprias histórias.

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